domingo, 28 de agosto de 2011

Como seria ter o olfato de um cão?


O cão, supostamente, tem um olfato muito melhor que o nosso. Sendo assim, com um sentido de cheiro extremamente sensível, como um cão suporta enterrar seu focinho em uma lata de lixo?
Segundo a pesquisadora Alexandra Horowitz, o cão não tem simplesmente uma versão “aumentada” do nosso olfato, e sim melhorada. Para eles, não é que o cheiro fica mais forte. “Os cheiros têm diferentes camadas, o que provavelmente dá aos cães uma gama muito maior de tipos de informação”, explica.
Ela compara esse sentido com a forma como podemos desfrutar de uma pintura: de longe, a vemos de um jeito, mas a apreciamos de uma maneira diferente quando podemos ver de perto as pinceladas, por exemplo.
Isso faz com que a experiência do cão seja fundamentalmente diferente da nossa. Quando saímos para uma caminhada, por exemplo, tiramos praticamente todas as nossas informações da visão. Mas os olhos do cão servem apenas de apoio.
Isto foi demonstrado em um experimento, quando cães da polícia tinham que seguir uma trilha de cheiro que parecia correr na direção oposta a um conjunto de pegadas no chão. Eles invariavelmente seguiram seus narizes, e ignoraram os sinais visuais contraditórios.
Imaginar o mundo perfumado na pele de um cão é olhar em volta e imaginar que tudo que você vê tem um perfume próprio. E não apenas cada objeto; partes diferentes de um mesmo objeto podem conter diferentes tipos de informação.
Por exemplo, Horowitz cita uma rosa: cada pétala pode ter um perfume diferente, dizendo ao cão que já foi visitada por insetos diferentes, que deixaram traços reveladores de pólen de outras flores. Além de sentir o perfume individual dos seres humanos que já tocaram a flor, o cão poderia até mesmo adivinhar por quais coisas eles passaram.
Com isso, o cheiro pode oferecer ao um cão uma forma de entender a passagem do tempo. Horowitz sugere que um cão pode, talvez, perceber o passado pelo cheiro de um cão que urinou há tempo suficiente para o perfume ter mudado de caráter e se tornado mais fraco.
Um estudo recente mostrou que os cães podem até mesmo ser capazes de detectar as diferenças sutis no odor de um passo para o outro conforme seguem uma trilha de cheiro humano. Sendo assim, o cão poderia imaginar o futuro ao sentir o cheiro de cães, seres humanos ou outros objetos vindo em sua direção numa brisa.
Infelizmente, não há nenhuma maneira para um mero ser humano entrar neste mundo altamente detalhado do olfato canino.
Quando nós estamos cheirando, ficamos esporadicamente “cegos” para as essências, conforme inspiramos e expiramos através dos mesmos furos. Um estudo de 2009 da dinâmica de fluidos do cão mostrou que seu sistema é muito mais complexo.
Cada narina é menor do que a distância entre as duas, o que significa que eles inalam o ar a partir de duas regiões distintas do espaço, o que permite que o cão decifre a direção de um perfume.
O movimento de cheirar também canaliza o ar velho para fora através dos lados das narinas, uma ação que puxa ar novo para dentro do nariz. Uma vez dentro do nariz, o ar gira em torno de até 300 milhões de receptores olfativos, comparado com nossos míseros 6 milhões.
Mesmo se os humanos pudessem recolher toda essa informação, nosso cérebro não saberia o que fazer com ela: o córtex olfativo do cão, que processa as informações de cheiro, ocupa 12,5% da massa total de seu cérebro, enquanto o nosso é responsável por menos de 1% .
Ok, não saberemos como é cheirar como um cão. Mas podemos imaginar… seria maravilhoso, não?

sábado, 27 de agosto de 2011

Memória facial: pombos reconhecem e diferenciam rostos humanos.

Tem gente que os relaciona apenas com doença, mas pombos podem ser criaturas bem inteligentes. Um estudo mostrou que mesmo animais selvagens, não treinados, podem reconhecer pessoas e não são enganados por uma muda de roupa.
Não é novidade que os pombos tenham capacidades notáveis de percepção. Porém, normalmente estamos falando de pombos de laboratório. Essa é a primeira vez que animais selvagens mostram habilidades semelhantes.
Os pesquisadores demonstraram que pombos que nunca tenham sido capturados ou manipulados podem reconhecer indivíduos, provavelmente usando características faciais.
Em um parque no centro de Paris, dois cientistas alimentaram pombos urbanos não treinados, usando jalecos de cor diferente. Um indivíduo simplesmente ignorou os pombos, permitindo-lhes alimentação, enquanto o outro foi hostil, e os perseguiu espantando-os. Depois, em uma segunda sessão, nenhum dos dois afugentou os pombos.
O experimento, repetido várias vezes, mostrou que os pombos eram capazes de reconhecer os indivíduos e continuavam a evitar o pesquisador que os tinha perseguido mesmo quando ele não fazia mais isso. A troca de jaleco durante os experimentos não confundiu os pombos e eles continuaram a evitar o pesquisador que tinha sido inicialmente hostil.
É muito provável que os pombos reconheceram os pesquisadores por suas faces, uma vez que ambos os indivíduos eram do sexo feminino, de idade semelhante, tamanho e cor da pele iguais.
Curiosamente, os pombos, sem treinamento, espontaneamente utilizaram as características mais relevantes dos indivíduos (provavelmente traços faciais) para reconhecê-los, em vez do jaleco que cobria 90% de seu corpo.
O fato de que os pombos pareciam saber que a cor do jaleco não era uma boa maneira de diferenciar os seres humanos sugere que as aves desenvolveram habilidades de discriminar entre os seres humanos em particular.
Essa habilidade especializada pode ter surgido durante o longo período de associação com os humanos, de domesticação e de muitos anos de vida nas cidades. Outras pesquisas irão se concentrar em identificar como eles aprenderam isso (que os seres humanos muitas vezes mudam de roupa) e como eles começaram a utilizar as características mais estáveis para esse reconhecimento – existe uma base genética para essa capacidade, ou ela é simplesmente ligada à domesticação ou a evolução para um ambiente urbano? Façam suas apostas.

Polêmica: como falar de poligamia com seu parceiro?

Falar sobre infidelidade com seu parceiro pode ser uma tarefa difícil. Um dos lados pode ficar com a cabeça quente ou levar mágoas da discussão. Mas, ao contrário da crença popular, é possível discutir temas como monogamia, poligamia, sexo e traição de uma maneira racional e aberta com seu parceiro – sem ferir alguma das partes.
Um tema ainda muito engessado e que várias pessoas evitam discutir é o da monogamia. O jornalista Dan Savege é um fervoroso crítico dessa opção sexual. Para ele, a monogamia funciona com alguns casais, mas para outros ela não é a escolha ideal.
Crer que o homem anseie uma relação monogâmica pode ser precipitado, de acordo com Savege. Já foi aceito em nossa sociedade que o homem tivesse amantes e acesso a prostitutas. A revolução feminina, ao invés de permitir que as mulheres também pudessem se relacionar com vários homens, teria reprimido a liberação sexual com a instituição dos casamentos igualitários e monogâmicos – que por esse mesmo motivo, muitas vezes acaba de maneira desastrosa.
Algumas pessoas não esquentam a cabeça com relações que envolvam várias pessoas, mas para outras essa é uma situação difícil de engolir. Caso você tenha feito uma proposta de poligamia para seu parceiro é essencial não pressionar ou jogar a responsabilidade em cima de quem não aceitou o relacionamento não convencional. Para algumas mulheres, é mais fácil dizer “sim” do que “não, eu não quero isso, vamos tentar outra coisa” justamente pela opressão que elas temem sofrer.
Há mulheres felizes em ter pequenos casos enquanto o marido está viajando. A diferença é no modo em que o casal vê isso. Pode variar de “não diga nada” e “eu não quero saber” para “traga ele para casa para apimentar nossa relação”.
Parece óbvio que os parceiros tenham que falar sobre suas expectativas de exclusividade sexual ou a falta dela e descobrir uma maneira de relação que funcione para ambos. Isso parece simples, mas tem gerado debates improdutivos sobre o que as mulheres desejam, o que os homens precisam, o que é certo, o que é errado e o que é normal. Não seria mais fácil aceitar o fato de que cada relacionamento é único e funciona de maneira diferente?
Alguns convictos na poligamia consideram as relações monogâmicas ilusórias, inseguras e chatas. Mas insistir na questão com quem não concorda com ela pode não ser produtivo, já que pode reabrir feridas de pessoas que já foram traídas e não gostaram nada disso (quem não tem lembranças sobre infidelidade é muito sortudo ou deve ter menos de 15 anos de idade).
Um dos maiores problemas é a forma como as pessoas estão acostumadas a enxergar a situação. Quem já sofreu com a infidelidade pode se tornar inseguro por isso e passar a enxergar quem convive com as relações múltiplas como uma pessoa pervertida. Não precisamos desejar uma relação poligâmica, mas é importante aceitar quem vive com ela. Todos merecem respeito, sejam monogâmicos, poligâmicos ou alguma coisa entre isso, certo?

Como a Antártica ficou tão fria?

Nós conhecemos a Antártica apenas como um continente completamente gelado. Mas se você acha que ela sempre foi assim, a história não é bem essa. Uma nova pesquisa descobriu que a Antártica se tornou o que é hoje por esfriamento progressivo, ao longo dos últimos 37 milhões anos.
A Antártica já foi muito mais quente do que agora: pouco antes de 40 milhões de anos, o continente foi o lar de uma vegetação diversificada, com temperaturas médias entre menos 1 e 10 graus Celsius.
Para saber quando o continente começou a esfriar, os cientistas coletaram dados sísmicos e perfuraram solos do local até mais de 30 metros durante dois cruzeiros na área norte da Península Antártica.
A tarefa nem sempre foi fácil. Muitas vezes, os pesquisadores gastaram muito tempo baixando os tubos de perfuração no fundo do mar só para descobrir um iceberg e ter que puxar o tubo de volta e mudar de local.
Em seguida, eles reconstruíram o clima da região e a história da vegetação através da análise de esporos e pólen fossilizados, restos de organismos marinhos e areia.
Os materiais depositados nos sedimentos viram camadas e, portanto, podem ficar presos a pontos específicos no tempo, se essas camadas não forem perturbadas.
Os cientistas descobriram que 37 a 34 milhões de anos atrás, a redução da concentração de dióxido de carbono na atmosfera coincidiu com uma maior formação de montanhas de geleira.
De 34 a 23 milhões de anos atrás, a vegetação consistia principalmente de florestas e tundra, dominadas por coníferas e faias do sul. “Pedaços” limitados dessa tundra ainda estavam presentes até 12,8 milhões de anos atrás – ou seja, a longa transição de uma região de clima temperado para congelado continua até quase o presente.
Os cientistas já suspeitavam que o resfriamento do clima na Antártida tinha sido gradual. No entanto, estudos recentes tinham sugerido um resfriamento muito mais abrupto e uma glaciação associada, devido à rápida baixa de dióxido de carbono no final do Eoceno (34 milhões de anos atrás).
Agora, os novos resultados, apesar de suportarem a teoria da refrigeração, também indicam que o fim do clima da Antártida foi gradual, e que o início das condições glaciais plenas e a evolução da camada de gelo na Península Antártica ocorreram ao longo de muitos milhões de anos.
Os cientistas acreditam que a abertura gradual das passagens do oceano ao redor da Antártica, o que isolou o continente, ajuda a explicar por que ele resfriou progressivamente. Essas passagens resultam em correntes que fluem em torno da Antártica, perturbando correntes oceânicas que normalmente transportariam calor em direção ao Polo Sul.
E há ainda um alerta: esse resfriamento progressivo contrasta com a tendência de rápido aquecimento da Península Antártica, vista por pelo menos meio século.
Segundo os pesquisadores, é importante colocar a mudança climática atual no contexto da mudança natural. O fato é que a mudança do clima na Península Antártida ao longo das últimas décadas é sem precedentes em termos de taxa e extensão geográfica, e isso suporta outras evidências, como a atual taxa sem precedentes do aumento do nível do mar, de que os seres humanos estão significativamente alterando o clima da Terra.

Recorde: lâmpada está acesa há 110 anos.

Você já imaginou uma lâmpada pudesse durar mais do que apenas alguns meses ou anos? Há 110 anos uma lâmpada incandescente começou a funcionar, e curiosamente, está acesa até hoje. Segundo o Livro dos Recordes Guinness, essa é a lâmpada que está acesa há mais tempo, ainda com luz forte.
Conhecida como “Centennial Light Bulb”, ou lâmpada centenária, ela está localizada em uma central de bombeiros na Califórnia e foi instalada em 1901. Desde então, a lâmpada de 60 watts funciona 24 horas por dia, operando com cerca de 4 watts. A data exata do início de seu funcionamento não é conhecida, mas o aniversário do curioso objeto acontece no dia 18 de junho.
A lâmpada teve apenas uma rápida pausa em sua operação ao longo de todos esses anos. Ela foi apagada em 1976, por alguns cortes de energia, quando a estação de bombeiros mudou sua localização, em 1976.
Muitos cientistas ainda estão intrigados por não terem encontrado uma explicação sobre como a lâmpada continua brilhando por tanto tempo. O que se sabe é que invenção de Adolphe Chaillet é uma lâmpada incandescente aperfeiçoada, com propriedades físicas singulares.
A lâmpada mais duradoura do mundo se difere das contemporâneas de duas maneiras. Seu filamento é cerca de oito vezes mais espesso do que o de uma lâmpada comum. Além disso, o filamento é feito de carbono, um melhor condutor de eletricidade do que os presentes nas lâmpadas normais.

Caso Palocci ilustra a “oligarquização do PT” e o “disfuncionamento da República”

Mais uma vez, o país se deparou com uma grande crise nos altos escalões do governo logo no início de um novo mandato presidencial, no caso, o enriquecimento do chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, por meio de consultorias corporativas que lhe teriam auferido uma riqueza de 20 milhões de reais entre 2006 e 2010. Para analisar todo o contexto político que culminou na queda de outro cacique petista desse posto-chave, o Correio da Cidadania conversou com o filósofo Roberto Romano.

Para o professor, o caso apenas reflete a instabilidade inerente ao modo de funcionamento do Estado brasileiro, calcado numa grande concentração de força pelo Poder Executivo, hegemônico nas políticas públicas e na arrecadação de recursos. Assim, nada mais previsível que Palocci tenha se tornado alvo fácil do jogo político violento que permeia nosso Congresso, “que pratica lobby selvagem para si mesmo” – explicativo também da falta de vontade parlamentar de regulamentar tal prática.

Mantendo as mesmas características de “funcionamento”, o Estado brasileiro se encontra em momento mais instável, colocando à prova a habilidade política de Dilma, ainda pouco comprovada. Na opinião do filósofo, casos com a aprovação do Código Florestal apenas ilustram o “grande xadrez que se joga, no qual a presidente está levando xeque-mate”, agravado pela interferência de Lula em meio à tormenta.

Romano volta a bater na tecla da democratização dos partidos, hoje cada vez mais reduzidos às vontades de seus líderes. Sem esta democratização, a discussão sobre uma reforma política é nada mais que um “engodo”, pois não será enfrentada a “oligarquização dos partidos”, fenômeno que o filósofo já identifica no PT.

Tal confusão no seio do governo só abre mais caminho para o retorno triunfal de Lula em 2014, acredita Romano.

Correio da Cidadania: Primeiramente, como o senhor analisa o início do governo Dilma Rousseff?

Roberto Romano: Tem sido bastante tumultuado, como estamos vendo. A presidente não tem a maestria política do seu protetor, o Luiz Inácio Lula da Silva, pois nunca tinha feito uma carreira política, sendo mais do plano da execução, dos escritórios. E já tinha mostrado anteriormente bastante falta de sentido diplomático no trato com subordinados e aliados.

Dessa forma, era de se esperar que muitos choques surgissem no seu governo. Além disso, o governo continua exatamente na mesma estrutura do Estado brasileiro tradicional, continua reiterando sua hegemonia absoluta dentro do Estado, por meio da arrecadação de impostos e do monopólio das políticas públicas, concentrando tudo nas mãos dos ministérios. Isso faz com que a função da Casa Civil seja essencial para o relacionamento entre a presidência da República, os demais poderes e a sociedade.

Como sabemos, do lado do Congresso Nacional temos oligarquias regionais que tentam arrancar da presidência o máximo possível de impostos e verbas públicas para sua região. E essas oligarquias fazem pressão junto à Casa Civil para que despache à presidência e depois ao Congresso iniciativas e projetos que alarguem seu poder.

Se nós temos na chefia da Casa Civil uma pessoa com problemas de comportamento político ou ético, essa pessoa tende a ser o alvo de denúncias, chantagens, proposições, que levam quase sempre ao afastamento. No período FHC, o ministro Hargreaves foi afastado por problemas semelhantes. José Dirceu caiu, Erenice Guerra caiu e, agora, o Palocci.

Assim, eu diria que o governo está enfrentando os problemas tradicionais do Estado brasileiro, sob a super-hegemonia do Executivo. Com isso, temos um panorama que não é tranqüilo, e não podemos dizer que a presidente vai vencer esse período, pois ela precisa dominar sua inapetência ao diálogo, refrear o apetite de cargos e verbas do PMDB, grande fiador e chantageador do governo, e ao mesmo tempo atender a tudo que foi prometido à sociedade civil, especialmente no combate à miséria.

Portanto, é um início muito tenso de governo, e devemos esperar que ela se saia bem, tendo em vista os interesses nacionais. Mas uma análise realista e apurada não mostra saída em curto prazo.

Correio da Cidadania: Mesmo que o caso Palocci revele problemas tradicionais de nosso Estado, sem dúvida alguma, o escândalo sobre o aumento patrimonial por ele auferido entre os anos 2006 e 2010, através de sua firma de consultoria, foi notório em um mandato ainda muito principiante. O que essa precocidade diz do atual quadro político?

Roberto Romano: Não quero discutir se o Palocci é culpado ou não, isso cabe a uma investigação e julgamento mais aprofundados. Mas ele foi incriminado por algo compartilhado pela maioria absoluta dos nossos políticos: a indistinção entre o público e o privado. Fora o desrespeito pelo povo e a falta de idéia de que quem está no poder deve prestar contas sempre, do dinheiro e das pessoas sob sua responsabilidade.

Além disso, é muito estranho que um legislador, isto é, alguém pago pelo Estado brasileiro e consequentemente por todos os contribuintes, tenha cláusulas confidenciais com empresas privadas.

A incoerência começa quando comparamos a origem do Palocci e outros membros do governo em termos ideológicos. Ele veio da esquerda trotskista, da Libelu, que pregava revolução internacional, modificação na estrutura da sociedade, democracia imposta da sociedade ao Estado, e de repente o vemos como o queridinho da Avenida Paulista.

Esse é o ponto que chama a atenção. O Jacques Wagner fala que é o dinheiro que chama a atenção. Eu não diria isso. Não é o fato de ele acumular 20 milhões que me preocupa. Se ele tivesse acumulado um real(!), mas com o esquema de favorecer antigos inimigos, já teria me chamado a atenção. Não sou daqueles que exige fidelidade ideológica eterna, pelo contrário, todos temos direito de mudar opiniões. O problema é que ele continua como representante de um partido que se disse orientado à modificação e democratização da sociedade.

Não acho que se você foi trotskista tem que morrer trotskista. Mas existem muitos matizes de mudanças de atitude. Se há quinze anos você tinha um discurso e prática que hoje são radicalmente diversos, é de se perguntar se existe, na verdade, algum ideal, algum valor, na cabeça dessas pessoas. Porque, na falta disso, você entra no realismo mais bruto, na falta de escrúpulos e de respeito ético pelo próximo. Aí que a coisa fica feia.

Correio da Cidadania: Acredita que essa tendência, a promiscuidade público-privado, vai se reafirmar no governo Dilma?

Roberto Romano: Vai, porque não depende só da presidente e nem do próprio executivo. É um sistema que domina o Estado e a sociedade do país. Somos uma sociedade onde os ricos prestam favores com o dinheiro dos pobres. O pobre espera o favor. O rico faz, só não conta com que dinheiro.

E o PMDB, o partido hegemônico no país, é a grande máquina de produção de favores. Vendem, trocam favores, chantageiam com favores. Basta ver o caso do Anthony Garotinho, a meu ver, esse sim, muito escandaloso. Em nome da fé cristã, chantageia o Poder Executivo dizendo que o caso Palocci é um diamante de 20 quilates. É de uma falta de responsabilidade ética e um cinismo que eu ainda não tinha visto.

Quando o Roberto Cardoso Alves falava que “é dando que se recebe”, ao menos enunciava uma prática geral. Não dizia quem dava nem quem recebia. Mas, nesse caso, o Garotinho foi explícito, pornográfico até: “O caso Palocci é um diamante de 20 quilates para nós e vamos explorá-lo”.

Correio da Cidadania: Ainda no campo das polêmicas que envolvem o público e o privado, o PT, em todas as eleições em que se contrapôs ao PSDB, se utilizou de um discurso anti-privatizações. No entanto, em menos de 6 meses de mandato, Dilma anunciou medidas de orientação privatista na administração aeroportuária, na área de telefonia, mais precisamente no que se refere à expansão da banda larga, sempre beneficiando poderosos grupos privados à frente das grandes obras de infra-estrutura. O que pensar a este respeito?

Roberto Romano: Estou terminando de ler um livro de 1942 de um economista e filósofo americano chamado Brady, no qual ele analisa justamente a produção do poder econômico nos EUA, que define o caminho do poder político. Tudo isso com que entramos em contato com a crise das financeiras americanas, seus calotes e golpes, ele mostra que é um procedimento que já vem do século 19, com as indústrias norte-americanas, de modo que o Estado passou a ser dominado por tais interesses econômicos. E segundo ele, essa é a maneira mais rápida de acabar com a resistência democrática que ainda existe nos EUA. Isso em 1942.

Dessa forma, quando assistimos a um filme como Inside the Job, sobre os agentes que protagonizaram a bancarrota norte-americana e universal, vemos que hoje os mesmos estão aconselhando Barack Obama, vemos que existe uma fina camada de restos democráticos nos EUA, mas que, na verdade, estão sob a mão de ferro dos interesses particulares, dominando e dando as ordens políticas a serem seguidas.

Aqui no Brasil não é diferente. Não à toa falei que o Palocci é o queridinho da Avenida Paulista, porque nós, na história do século 20, devemos à Avenida Paulista algumas tremendas preciosidades, como a ditadura de 64. Pois, como diz o Antonio Delfim Netto, os nossos industriais gostam é de mamar na teta do Estado. Não arriscam seu capital próprio. Assim, se esse é o procedimento, e o consideram uma pessoa confiável para exercer o poder, podemos dizer tranquilamente que o Palocci era um delegado da Avenida Paulista na Casa Civil.

Se lembrarmos bem, o Palocci foi um dos pioneiros da privatização dentro do PT, quando prefeito de Ribeirão Preto. Ele que começou com essa prática, sendo saudado por tucanos, liberais, chamado de “progressista no sentido econômico”, que não era “jurássico”, como cunhou Roberto Campos para estigmatizar aqueles que eram favoráveis à defesa do patrimônio público. Portanto, o Palocci tem uma longa caminhada nessa linha, e claro, sendo ele o ministro chefe, deu essa orientação geral ao governo. Aliás, uma garantia que a Dilma deu ao empresariado nacional é a de que o Palocci seria uma das peças-chave de seu governo. Assim, todo o ocorrido era previsível.

Ao contrário da campanha de reeleição do Lula, quando o PT assentou fortemente a questão anti-privatista e o Alckmin foi se fazer de bobo e colocar o chapéu da Petrobras, nessa última eleição, a insistência do discurso anti-privatista foi bem menor ao longo de toda a campanha.

Correio da Cidadania: Mas também se fez presente...

Roberto Romano: Comparativamente com a campanha de 2006 foi bem mais discreto.

Correio da Cidadania: Há outros temas neste momento candentes e que são também emblemáticos da atual condução política da nação, especialmente no que diz respeito à relação destacada entre o Executivo e o Parlamento.  O geógrafo Ariovaldo Umbelino não acredita, por exemplo, na força do Executivo para barrar o novo Código Florestal, que acabou de ser aprovado na Câmara, e poderá ser referendado pelo Senado. O senhor concorda com esta perspectiva?

Roberto Romano: Eu concordo. O problema é que o PMDB é a única força nacional da atualidade, em termos de partido. Isso porque é uma federação de oligarquias, com hegemonia do Sarney, no poder há 50 anos e uma das peças-chave da ditadura. Portanto, conhece todos os segredos do Estado brasileiro.

Os outros partidos não são nacionais. O PSDB tem presença forte em Minas, São Paulo, parte do Paraná e do Rio Grande do Sul e vamos parando aí. O PT também não tem essa presença forte em todos os estados. Caminhava pra isso, mas ainda não alcançou.

Portanto, quem tem condições de reunir as reivindicações das regiões e tem à sua frente a porta do Ministério da Fazenda e da presidência? O PMDB. E esse partido controla o Senado e a Câmara. Não importa que o presidente da Câmara seja do PT, porque todas as grandes comissões estão na mão do PMDB e seus aliados.

O que resta a nossa presidente a fazer? Ela não pode romper de cima pra baixo. Tentou isso e voltou atrás, quando mandou o Palocci falar grosso com o Temer e tomou o troco. É constrangedor a presidente precisar fazer um almoço pra mostrar ao país que está tudo bem com seu maior aliado. É humilhante. E creio que terá conseqüências muito graves nos próximos tempos.

O caso do Código Florestal é apenas uma ocasião. Ele está sendo usado como uma peça nesse grande xadrez, no qual a presidente está levando xeque-mate. Outro momento desastroso foi a intervenção do Luiz Inácio, pra tentar apagar o fogo do Palocci. Sem querer, ou talvez querendo, retirou o tapete da autoridade debaixo dos pés da presidente. Num sistema autoritário como o brasileiro, em que a hierarquia é fundamental, o Lula nunca abriu mão de tal autoridade nos oito anos de mandato. Fazer isso com a atual presidente é desastroso.

Correio da Cidadania: Neste período de intensas negociações em torno ao Código Florestal, saltaram aos olhos os episódios de violência no campo, pouco antes e depois da votação do Código? O que diria a este respeito?

Roberto Romano: É a mesma coisa. O drama do campo brasileiro vem desde 1500, mas no século 20, desde quando o governo de João Goulart propôs pela primeira vez de forma mais orgânica a questão da reforma agrária, integrada naquele pacote de reformas (bancária, urbana, universitária etc.), temos a luta dos setores do campo para chegar a um estágio de produção e ação que corresponda à sociedade moderna.

Dessa forma, temos como primeiro grande movimento a Pastoral da Terra e suas lutas durante a ditadura. Depois vem o MST, outros movimentos similares e suas diversas possibilidades, mas sempre com o uso, por parte do grande latifúndio, de repressão usurpada da força oficial. Sempre ocorreu o uso de capangas e matadores para amedrontar aqueles que lutam pela terra. Essa é praticamente uma invariante da política brasileira. E não é apenas o grileiro que usa o jagunço, mas também grandes empresas, que, por sua vez, usam tanto os jagunços como o trabalho escravo.

Temos uma situação muito estranha: a modernidade da produção técnica associada à forma totalmente arcaica de domínio social e intimidação pública. Esses episódios estão plenamente conectados. É uma tarefa quase de sofística dizer que a questão do Código Florestal não tem nada a ver com este quadro. Tem tudo a ver, porque no núcleo da questão está a discussão da reforma agrária. E, ora, assim como todas as demais políticas públicas, a reforma agrária está sob o monopólio do Poder Executivo.

E enquanto estiver sob tal monopólio, sem participação da sociedade, é evidente que não há condições de resolver a questão de forma democrática. Haverá somente soluções tecnocráticas, de “engenharia”, mas a vida não é só engenharia.

Correio da Cidadania: O senhor vislumbra alguma possibilidade de que a atual onda de crimes no campo, que chamou a atenção até da negligente grande mídia, possa revigorar antigas bandeiras petistas, como nos tempos do massacre de Eldorado dos Carajás e do discurso implacavelmente favorável à reforma agrária, postura recorrente do partido enquanto oposição?

Roberto Romano: O problema que vejo é que todas as forças que lutavam pela reforma agrária e a democratização da sociedade foram encampadas pelo PT. O que vejo do ponto de vista político e simbólico é que o grande desastre do PT, consubstanciado na “Carta aos Brasileiros”, foi chegar ao poder e abrir mão de todo o seu programa. Com isso, desarticulou por um bom tempo todas as forças que já estavam plenamente confiantes em sua ação.

O que ocorreu de significativo no cenário político posteriormente? A cisão do partido, que desaguou no PSOL, algo não muito estrondoso numericamente, pois continua uma força relevante, mas não importante a ponto de substituir o que foi o PT. E temos os movimentos sociais, alguns cooptados pelo Poder Executivo, e alguns combatidos pelo governo, como o MST.

Correio da Cidadania: Uma vez refém do caso Palocci, o governo vetou o kit anti-homofobia, após pesadas pressões da bancada religiosa, que também compõe a base do governo. O senhor enxerga um possível recrudescimento do conservadorismo, após suas correntes terem pautado boa parte do debate eleitoral e seguirem realizando um contínuo combate a políticas públicas progressistas e inclusivas, como nas questões da homofobia, do aborto e também da Comissão de Verdade?

Roberto Romano: O que penso é que o conservadorismo brasileiro está arraigado no formato antidemocrático de nossa estrutura social. Temos alguns centros urbanos de modificação de mentalidade - mas não muita! Assim, somos uma sociedade essencialmente anti-igualitária, antidemocrática, nada republicana e pra nós o que funciona é a ordem dos privilégios.

Nessas horas eu sempre uso de exemplo o trânsito brasileiro. Aqui no Brasil não vale o sinal vermelho e nem a faixa de pedestre; vale o preço do carro que você importou dos EUA, do Japão ou da Suécia. Isto é, se você está dentro de um Audi, um Volvo, um BMW, tem todo o direito de matar alguém, porque você é superior. Essa estrutura do nosso trânsito reflete o que ocorre nas relações mais íntimas da sociedade brasileira.

Nossa justiça é elitista dessa mesma maneira. Uma senhora rouba um frasco de xampu, fica um ano na cadeia, perde a visão lá dentro e não tem nenhuma reparação. O outro mata a namorada em plena luz do dia, passa 11 anos recorrendo livre e solto e já dizem que dentro de pouco mais de um ano estará novamente livre e solto, passeando pelos bares e restaurantes chiques de São Paulo... Sendo réu confesso...

Em suma, dizer que existe justiça no Brasil, no sentido estrito da palavra, é um escárnio.

Correio da Cidadania: Frente a uma estrutura social antidemocrática tão arraigada e do descenso na movimentação social, nada indica que os setores e membros privilegiados de nossa sociedade possam reverter seus moldes selvagens de ação vistos até hoje, diante da ameaça de suas hegemonias.

Roberto Romano: Bom, nada mais apropriado para o surgimento do fascismo do que a estrutura conservadora e elitista estabelecida no Brasil desde a colônia e reiterada por duas ditaduras. O Brasil tem todas as condições de ser um país pré-fascista. Temos uma classe média com tendências fascistas, que não respeita nada que não seja o poder puro, o dinheiro puro, que não tem padrão ético nenhum, não respeita a vida alheia, a propriedade alheia, nada... Quer dizer, temos um país sempre predisposto ao fascismo. Não por acaso tivemos duas ditaduras no século 20 muito próximas dos regimes fascistas.

Correio da Cidadania: Em entrevista anterior, o senhor fez alusão a um certo “disfuncionamento” de nossa República, uma vez diante de um Executivo que legisla com seu excesso de Medidas Provisórias, refém, ademais, de um Legislativo a partir do império das práticas fisiológicas, e de um Judiciário conservador, que toma o lugar de um Legislativo apático. Como vê hoje esta relação entre os poderes de nossa República e o que espera deste governo neste sentido?

Roberto Romano: Tende a piorar. Porque, quando temos esse disfuncionamento com algum comando, como nos anos Lula, há certos limites. Em vários momentos, ele comandou e recuou, mas sua autoridade foi mantida. No período FHC, a mesma coisa. No caso da Dilma, ela vem sendo a última a falar e a primeira a apanhar. Isso tende a criar um vácuo nesse mecanismo disfuncional que pode trazer muitas crises.

Por exemplo, o modelo macroeconômico do país (aliás, a meu ver, desastroso): um dos elementos fundamentais é manter a inflação baixa. A produção de superávit primário é imensa e vai definir um padrão de produção e consumo de acordo com os índices de inflação toleráveis a partir deste modelo. Ora, como é possível um governo que tem de cuidar de escândalos como o do Palocci, de pressões primárias de gente que devia ser aliada a cada minuto, cuidar também da manutenção de um índice de inflação baixo? Não tem condição.

O que tenho como preocupação é a injustiça do modelo econômico, pois favorece grandes fortunas e desfavorece o contribuinte médio, além da impossibilidade de manter a única virtude que ainda sobrava: o fato de o salário não ser corroído pela inflação.

Eu acho que um presidente da República não pode tocar todos os instrumentos da banda ao mesmo tempo. Essa questão da concentração de poder, no caso da presidente, está se mostrando extremamente desastrosa para o país.

Correio da Cidadania: Diante de seguidas chantagens e desmoralizações, qual seria a chance de o partido no poder, o PT, investir numa efetiva reforma política, de modo que a condução da nação possa se liberar das atuais amarras de alianças tão espúrias, pelas quais paga tão caro?

Roberto Romano: A Reforma Política, tal como se discute, é um engodo porque não se fala na democratização dos partidos, com consultas obrigatórias às bases, a respeito do programa, diretrizes etc..

Para exemplificar, o PSDB é um conjunto de quatro lideranças que sozinhas decidem tudo num jantar no Leopoldo’s. Gira em torno dos interesses do Aécio, do Serra... O PT era o último partido que respeitava mais essa idéia. Mas hoje decide tudo nas cúpulas e a massa que siga o bonde.

Seria fundamental que cargo de direção de partido não pudesse ser ocupado por mais de quatro anos. Os oligarcas do partido são donos do cofre, dos programas, das alianças, propaganda e candidaturas. E agora querem lista fechada, pra mandarem em tudo definitivamente...

Portanto, acredito que, sem a luta pela democratização dos partidos, essenciais à vida democrática e política do país, os donos de cada legenda viram manipuladores da opinião e direção políticas.

Correio da Cidadania: O que foi, finalmente, a era Lula para o senhor e o que se pode esperar desse novo mandato do Partido dos Trabalhadores, agora com Dilma no Planalto?

Roberto Romano: Olha, o Partido dos Trabalhadores está se encaminhando para também se transformar numa federação de oligarcas. Basta ver quantos de seus líderes regionais tiraram sua casquinha do Palocci. Com um pouco mais de discrição. O Jacques Wagner falou que era estranho, a Gleisi Hoffmann criticou não sei que... O PT está se oligarquizando, a exemplo dos outros partidos brasileiros e a exemplo do que já é o PMDB.

Assim, vemos que o único elo nacional entre todas essas pequenas oligarquias (que tendem a se fortalecer regionalmente, não por acaso o Jacques Wagner, os Vianna, o Tarso Genro têm adesão muito grande) era o Lula. Não conseguindo a presidente Dilma atingir uma capacidade administrativa que atenda às expectativas do empresariado e da população em geral – o que é muito difícil! –, evidentemente o Lula será o grande candidato em 2014.

Correio da Cidadania: O senhor já enxerga esse retorno triunfal?

Roberto Romano: Triunfal, com apoio do empresariado e de todo mundo. Ele não está descuidando. Com essas palestras que ele dá por 200 mil, ele vai mantendo contatos nacionais e internacionais.

No meu entender, está ficando cada vez mais configurado – pode ser que eu esteja errado -, com os elementos todos que enxergo, que o mandato Dilma é um mandato tampão. Como não se conseguiu outra reeleição, a solução foi o mandato tampão da Dilma.

Correio da Cidadania: Aliás, essa carreira de palestrante do Lula também entraria na linha da crítica que se fez em relação ao Palocci e sua consultoria, a partir de uma relação promíscua entre o público e o privado?

Roberto Romano: A técnica do Lula é mais convincente que a do Palocci. No caso dele, foi presidente da República. E não está oferecendo consultoria, até onde sabemos. São preços salgados para palestras, mas nem tanto. O Clinton ganha isso, o FHC algo similar... Mas não é a mesma coisa que vender consultoria. Ele está dando conselho (risos). E, sobretudo, ele não diz que tem contrato de confidencialidade.

No entanto, dormita no Congresso, há mais de 15 anos, uma série de projetos pela regulamentação do lobby. O último é de um deputado do PT de São Paulo (Carlos Zarattini), que exatamente por isso ganhou meu voto. E é um projeto muito bom. Propõe um prazo de um ano para a desincompatibilização da pessoa antes de começar a exercer lobby oficial. Acho um ano muito pouco, pois quem foi diretor do Banco Central, ministro da Fazenda, presidente etc. ainda guarda muitas informações e lembranças num prazo de um ano. Mas ao menos seria um ano de trégua para os cofres públicos. E é sintomático que nenhum partido político leve adiante tal projeto...

Nas penúltimas eleições, quando o Arlindo Chinaglia era presidente da Câmara, estive com ele num debate na Rádio Bandeirantes de São Paulo. E a discussão foi exatamente essa. A minha pergunta foi: “deputado, como está o projeto que tramita na Câmara e regulamenta o lobby?”. Ele me respondeu: “Ah, professor, é muito difícil”. Agradeci a resposta, mas pensei lá com meus botões na hora: “se o Congresso Nacional tivesse como alvo resolver só o que é fácil seria inútil, certo?”.

Dessa forma, é quase impossível que se regulamente o lobby, porque o que fazem os deputados e senadores hoje nada mais é que lobby selvagem. Usam seus cargos para se dar importância, para que as empresas lhes dêem dinheiro para as eleições etc. Não precisa nem da corrupção no sentido estrito da palavra, com vantagens obscuras. Basta o fato de eles utilizarem o cargo público para conseguirem novas reeleições. Fora os negócios, licitações, concessões, que seguem a mesma linha.

Portanto, acho que a regulamentação do lobby não viria a resolver os problemas de corrupção da sociedade e do Estado, mas daria parâmetros. O caso da Erenice Guerra teria sido resolvido em dois dias se existisse este parâmetro. “Ela e sua família faziam lobby de forma ilegal”. Ponto. No caso Palocci, idem, pois estava fazendo lobby ilegal, e o projeto oficializa quem pode ser lobista. Para sê-lo, precisa estar desincompatibilizado do cargo público.

É um paradoxo tremendo, pois se trata de uma irregularidade da qual todos têm conhecimento, mas não há lei para punir. E tal lei não será aprovada, porque vai diretamente contra os interesses de seus proponentes.

Valéria Nader, economista, é editora do Correio da Cidadania; Gabriel Brito é jornalista.

Quando passam por situação financeira difícil, mulheres procuram homens sensíveis.

Não, as mulheres não preferem o “macho man” quando o assunto é dificuldades financeiras. O tipo gentil, “afeminado”, como os atores americanos Zac Efron e Robert Pattinson são os homens preferidos nesses momentos, segundo uma nova pesquisa.
O estudo foi conduzido para ver se preocupações com dinheiro e saúde afetam o tipo de homem que uma mulher acha atraente.
65 mulheres jovens receberam um de três questionários: um projetado para fazer a mulher sentir-se preocupada com suas finanças, outro sobre sua saúde. O terceiro, neutro, incluiu questões sobre a crença no paranormal. Em seguida, elas receberam uma lista de traços de caráter e personalidade e tiveram que escolher aqueles que pertenciam ao seu homem ideal.
Em geral, as mulheres preferiam traços do homem tipo “bom pai”, que significava que elas preferiam os que eram vistos como bons provedores, gentis e amáveis. Aquelas que apresentavam altos níveis de ansiedade sobre suas finanças evitavam homens robustos e mais masculinos, como Sean Bean e Kirk Douglas.
Segundo os pesquisadores, as mulheres com problemas de dinheiro procuram tipos doces, porque eles são vistos como bons provedores que estarão por perto quando a situação ficar difícil.
Por outro lado, as mulheres preocupadas com sua saúde foram mais atraídas para os homens mais fortes e “machistas”. Os cientistas dizem que isso pode ser porque a masculinidade é muitas vezes um sinal de bons genes, que as mulheres gostariam de transmitir aos seus filhos.
O estudo concluiu que há vantagens evolutivas no gosto das mulheres ser flexível: isso permite que elas adaptem suas preferências às rápidas mudanças no ambiente, tais como doença ou fome.

Por que os cabelos ficam brancos?

Não dá para fugir: com a idade ou até mesmo por stress, os fios brancos começam a surgir. Porém, os cientistas ainda não sabem como o embranquecimento ou até a falta dele surgem.
Uma pesquisa foi realizada para descobrir as razões dos cabelos ficarem brancos e, quem sabe, ser um passo para a prevenção disso no futuro.
A via de sinalização Wnt, uma rede de proteínas, seria a principal causa do embranquecimento dos fios. As células-tronco do folículo piloso entram em contato com outra célula, a de pigmentação. A partir de sinais enviados pela sinalização Wnt das células-tronco, os melanócitos são ativados.
Os melanócitos produzem a melanina, a proteína que confere pigmentação aos cabelos e à pele.  Quando a via Wnt vincula as proteínas que produzem o cabelo aos melanócitos, os fios começam a se proliferar. Isso porque as células-tronco do folículo piloso são substituídas, gerando células-filhas. E são elas que passam a produzir a pigmentação do cabelo.
A quantidade de melanina produzida pelas células-filhas é definida pelos genes de cada pessoas – determinando se ela vai ser morena, loira, ruiva ou alguma coloração entre essas.
Com a idade, os cabelos brancos chegam por uma falha na manutenção dos melanócitos, que fazem com que a proteína morra ou não funcione mais como antigamente. Com cada vez menos condições de manter a pigmentação dos fios, eles começam a aparecer em tons de branco, cinza ou prata.
A razão da queda de cabelos ainda é um mistério, mas tudo indica que a via de sinalização Wnt também pode ter algo a ver com isso.












O bully de hoje é o agressor sexual de amanhã.

Uma vez valentão, sempre valentão. Cientistas dos EUA descobriram que os meninos que praticam bullying na época de escola possuem maiores chances de abusar de sua parceira na vida adulta.
Segundo o estudo, a ligação fornece um caminho para a pontencial redução da violência doméstica, que afeta cerca de 25% das mulheres estadunidenses.
O psicólogo Jay Silverman, que liderou a pesquisa, conta que, para os adolescentes, o contexto escolar é praticamente um treino para o comportamento como adulto e por isso não é de se surpreender que algumas práticas permaneçam. “Precisamos fazer um trabalho muito melhor em reconhecer o bullying nas escolas, especialmente o assédio dos meninos contra as garotas”, diz.
Silverman reconheceu que a ligação é surpreendentemente forte e merece um estudo mais aprofundado. “Certamente esperamos que este estudo traga uma maior atenção a esta questão”.
Baseado em dados de uma pesquisa feita em Boston, EUA, com quase 1.500 homens de 18 a 35 anos, a equipe de Silverman descobriu que 16% dos homens – um em cada seis – tinha abusado de sua parceira sexualmente no ano passado.
Dos que admitiram o abuso recente, 38% confessaram que costumavam intimidar os seus colegas com frequência na escola também. Esse dado é consideravelmente superior aos 12% que afirmaram nunca terem praticado bullying na infância ou na adolescência.
Depois de levar em conta outros fatores de risco para violência doméstica – como ter sido abusado enquanto criança ou ter sido testemunha de abuso entre os pais – o bullying frequentemente quando pequeno estava ligado a um aumento de quatro vezes no risco de um homem abusar da parceira na fase adulta.
A associação foi mais forte do que condições como ter sido abusado quando criança. “Foi surpreendente o fato do bulliyng ter se mostrado muito mais poderoso do que muitas das outras questões que consideramos normalmente”, conta Silverman.
“A mensagem que fica é que o bullying na escola pode ter consequências muito mais profundas e duradouras do que imaginamos – e não apenas em quem sofre a intimidação, mas também em quem a pratica”, conclui.

Os 10 desastres naturais mais mortais da História.

Desastres naturais violentos tem devastado a humanidade ao longo de séculos, mas tendo em vista que alguns deles aconteceram muito tempo atrás, os cientistas não são capazes de estimar o número de mortos. A ilha mediterrânea de Stroggli é um exemplo. Acredita-se que o lugar foi completamente destruído por uma erupção vulcânica e pelo tsunami que se seguiu. Embora o número de mortos permaneça incerto, o desastre parece ter devastado toda a civilização minoica em torno de 1500 aC.
Os desastres naturais mais mortais – que envolvem na maior parte terremotos e inundações e sobre os quais os historiadores podem fornecer o número preciso de mortes – já mataram um total estimado de 10 milhões de pessoas.
A China lidera o ranking. Nada mais nada menos do que cinco dos dez desastres naturais que mais mataram até hoje ocorreram no país, incluindo os três mais mortíferos. No geral, o terremoto é o desastre que mais aparece: seis vezes. Os dois primeiros colocados da lista, porém, não são abalos sísmicos. Confira a lista, que vai dos menos até os mais mortíferos:
10 – Terremoto em Aleppo, na Síria

O abalo atingiu Aleppo, maior cidade da Síria na época, no dia 11 de outubro de 1.138. Com base em dados geológicos, as estimativas modernas dão ao terremoto a magnitude de 8,5 graus na Escala Richter. Registros históricos sugerem que aproximadamente 230 mil pessoas morreram, além dos grandes danos sofridos pela cidade. Aleppo se localiza no norte da Síria, numa área muito vulnerável a tremores. A cidade faz parte da região da Falha do Mar Morto, pois repousa sobre o limite entre a placa geológica da Arábia e a placa africana.
9 – Terremoto e tsunami no Oceano Índico

Um dia após o Natal de 2004, terremoto submarino de magnitude 9,3, com epicentro na costa oeste da Sumatra, na Indonésia, resultou em um devastador tsunami que atingiu as costas de vários países do sul e do sudeste da Ásia. O abalo sísmico originado no Oceano Índico provocou o tsunami que matou um número estimado entre 225 mil e 230 mil pessoas.
8 – Terremoto em Haiyuan, na China

O terremoto de 8,5 graus de magnitude atingiu a área do condado de Haiyuan, na província de Ningxia, na China, no dia 16 de dezembro de 1920. O abalo também é conhecido como “Terremoto de Gansu” porque a região da Ningxia era uma parte da província de Gansu na época. O desastre causou a morte de exatamente 235.502 pessoas, de acordo com o Catálogo de Danos por Terremotos no Mundo, que é mantido pelo Instituto Internacional de Sismologia e Engenharia Sísmica do Japão.
7 – Terremoto de Tangshan, na China

No 28 de julho de 1976, os habitantes da cidade industrial de Tangshano sofreram um dos piores terremotos do século 20. A cidade localizada em Hebei, na China, possuía na época uma população de aproximadamente um milhão de pessoas, que foram devastadas pelo tremor de magnitude 8. O governo chinês registrou no momento um número de mortes igual a 655 mil, mas esse dado foi posteriormente reestimado para cerca de 242 mil pessoas.
6 – Terremoto de Antioquia, na Turquia

O desastre em Antioquia ocorreu durante a primavera de meados de 526 d.C. A data exata é estimada entre os dias 20 e 29 de maio. O forte terremoto atingiu a Síria e Antioquia, uma cidade que ficava localizada perto do que é hoje a moderna Antakya, na Turquia. Cerca de 250 mil a 300 mil pessoas morreram em consequência do sismo, de acordo com os escritos históricos. Após o terremoto, um grande incêndio destruiu a maior parte dos edifícios que o desastre havia poupado.
5 – Ciclone da Índia

Em 25 de novembro de 1839, o que ficou conhecido como o “Ciclone da Índia” chegou à aldeia portuária de Coringa, localizado no estado de Andhra Pradesh, na Índia. O ciclone provocou uma onda de 40 metros, que destruiu grande parte da vila e a maioria dos navios perto da área. Cerca de 20 mil pessoas morreram afogadas no mar. Um total estimado de 300 mil pessoas perderam a vida em decorrência do ciclone.
4 – Ciclone Bhola

O pior ciclone já registrado na História, o Bhola, atingiu o Paquistão Oriental (o que é agora Bangladesh) e Oeste de Bengala, na Índia, no dia 12 de novembro de 1970, inundando grande parte das ilhas baixas do Ganges. Aproximadamente 500 mil pessoas morreram, principalmente por causa das inundações que resultaram da onda causada pelo ciclone ou ainda devido ao aumento do nível da água na costa.
3 – Terremoto de Shaanxi, na China

O dia 23 de janeiro, no longínquo ano de 1556, foi marcado pelo terremoto com o maior número de vítimas já registrado na História. O abalo ocorreu na província de Shaanxi e na província vizinha de Shanxi, localizadas no norte da China. O catastrófico terremoto teve uma magnitude estimada de 8 graus na Escala Richter e matou aproximadamente 830 mil pessoas. Acredita-se que 60% da população dessas províncias tenha morrido no desastre.
2 – Inundação do Rio Amarelo, na China

Esta foi a pior enchente única e o segundo pior desastre da História. Em setembro de 1887, o Rio Amarelo invadiu os diques na província chinesa de Henan. A enchente devastou 11 grandes cidades do país e centenas de aldeias, deixando milhões de desabrigados. As águas da enchente cobriram cerca de 130 mil quilômetros quadrados – área semelhante à da Grécia ou pouco menos que o estado do Amapá -, matando um número estimado de 900 mil a 2 milhões de pessoas.
1 – Inundações na China Central

O pior desastre natural da história foi o conjunto de enchentes que ocorreram entre julho e agosto de 1931, na região central da China. Na época, o rio Yangtze transbordou e causou uma série de inundações. Como resultado, um número estimado de 3,7 milhões de pessoas morreram de doenças, afogamentos e fome. De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, mais de 51 milhões de pessoas, um quarto da população da China na época, foram direta ou indiretamente afetadas pelas inundações.

Celulares e radiação: conheça os modelos que emitem os maiores e menores níveis.

Se você é um usuário de telefone celular – um grupo que, nestes dias, significa praticamente todo mundo – e não se preocupa com a radiação emitida pelo aparelho, talvez seja hora de rever seus conceitos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou essa semana os celulares como “possivelmente cancerígenos para os seres humanos”.
Os aparelhos em si não são necessariamente prejudiciais – é a radiação emitida pelos celulares, e absorvida pelo corpo humano, que preocupa os médicos.
Mas quando se trata de níveis de radiação, nem todos os telefones são iguais. Abaixo estão as listas de alguns modelos disponíveis no mercado que emitem os níveis mais altos e mais baixos de energia de radiofrequência.
Uma rápida explicação sobre os números: eles se referem à “taxa de absorção específica”, ou SAR, na sigla em inglês, um referencial comum que mede a taxa de energia de radiofrequência que seu corpo absorve do telefone. Quanto menor o número, menor é a exposição à radiação. Para um celular ser certificado pelos órgãos competentes e vendido nos EUA, por exemplo, seu nível máximo de SAR deve ser menor que 1,6 watts por quilograma.
As listas foram compiladas pelo Grupo de Trabalho Ambiental americano, baseadas em dados fornecidos pelos fabricantes dos celulares. Os dados foram coletados em dezembro do ano passado, o que significa que alguns modelos mais recentes não estão listados. Os aparelhos são os à venda nos Estados Unidos.
Níveis mais baixos de radiação:

1. LG Quantum (AT & T): 0,35 watts por quilograma
2. Casio EXILIM (Verizon Wireless): 0,53 W / kg
3. Pantech Breeze II (AT & T, a AT & T GoPhone): 0,55 W / kg
4. Sanyo Katana II (kajeet): 0,55 W / kg
5. Samsung Fascinate (Verizon Wireless): 0,57 W / kg
6. Samsung Mesmerize (CellularOne, EUA Celular): 0,57 W / kg
7. Samsung SGH-a197 (AT & T GoPhone): 0,59 W / kg
8. Samsung Contour (MetroPCS): 0,60 W / kg
9. Samsung Gravity T (T-Mobile): 0,62 W / kg
10. Motorola i890 (Sprint) e Samsung SGH-T249 (T-Mobile): 0,63 W / kg
Níveis mais altos de radiação:

1. Motorola Bravo (AT & T): 1,59 W / kg
2. Motorola Droid 2 (Verizon Wireless): 1,58 W / kg
3. Palm Pixi (Sprint): 1,56 W / kg
4. Motorola Boost (Boost Mobile): 1,55 W / kg
5. Blackberry Bold (AT & T, T-Mobile): 1,55 W / kg
6. Motorola i335 (Sprint): 1,55 W / kg
7. HTC Magic (T-Mobile): 1,55 W / kg
8. Motorola W385 (Boost Mobile, Verizon Wireless, U.S. Cellular): 1,54 W / kg
9. Motorola i290 Boost (Boost Mobile): 1,54 W / kg
10. Motorola DEFY (T-Mobile); Motorola Quantico (U.S. Cellular, MetroPCS); Motorola Charm (T-Mobile): 1,53 W / kg
O nível de SAR do iPhone 4 da Apple é de 1,17 W / kg (no modelo para a AT & T, o modelo da Verizon não foi listado). Os níveis de radiação das dezenas de modelos de BlackBerry variam muito.
Esses números apresentados, porém, são apenas uma estimativa. Sua exposição real vai depender da frequência com que você usa seu celular e as condições específicas da rede. Por exemplo, quando a conexão está fraca, o telefone celular precisa enviar mais radiação para alcançar a torre de comunicação.
Além disso, ainda não há provas conclusivas de que um telefone com um maior nível de SAR representa um risco maior para a saúde – ou, na verdade, qualquer risco – em compraração com um modelo que emite menos radiação.

Produtos biodegradáveis podem não ser tão amigos do meio ambiente assim

Produtos biodegradáveis (desde sacos de lixo a fraldas e canetas), como o próprio nome sugere, são projetados para se degradarem de forma relativamente rápida e desaparecerem no meio natural quando são jogados fora.
Já que é assim, isso significa que eles são muito melhores para o meio ambiente, certo? Errado. Nem tudo se resume a decomposição, segundo um novo estudo.
Cientistas explicam que os produtos biodegradáveis, conforme se degradam, liberam um gás do efeito estufa potente, o metano, um problema que se agrava pela taxa relativamente rápida com que se decompõem.
Os pesquisadores observaram o que aconteceu quando resíduos de comida, papel, papel de jornal, resíduos sólidos urbanos em geral, e um polímero biodegradável chamado PHBO foram enterrados em um aterro americano médio.
A experiência mostrou que os materiais com maiores taxas de decomposição, como restos de comida e PHBO, em última análise emitiram mais metano na atmosfera.
Quanto mais lentamente o gás é produzido, mais gás o aterro pode recolher. Os sistemas de coleta geralmente são instalados após resíduos serem enterrados. Durante o tempo de intervenção, normalmente cerca de dois anos, quanto mais rápida a decomposição, mais metano é liberado.
Para melhorar o benefício ambiental de produtos biodegradáveis, eles devem ser projetados para se decomporem mais lentamente, e mais metano deverá ser recolhido a partir de aterros.
Os pesquisadores explicam que, com a tecnologia certa, o metano do aterro pode até ajudar o meio ambiente. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA relata que cerca de um terço do lixo produzido no país vai para aterros que capturam metano e usam o gás para gerar calor e eletricidade.
Outro terço vai para aterros onde o gás é simplesmente queimado (e termina na atmosfera), e o restante vai para aterros sanitários que permitem que o metano escape para a atmosfera.
O metano fica na atmosfera por um período de tempo muito menor do que outros gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono, entretanto, prende o calor de forma mais eficaz. Sendo assim, o ideal era liberá-lo menos para a atmosfera.

Descobertas ruínas incas no Equador.

Pesquisadores descobriram 20 fortalezas incas e duas do povo conhecido como Cayambe próximas ao vulcão Pambamarca, no Equador. Elas devem ter aproximadamente 500 anos, e sua exploração revelou sinais de guerras acontecidas antes da chegada dos espanhóis.
“Essas são evidências de civilizações pré-colombianas”, disse o diretor do projeto, Samuel Connell. “Sabemos que existem muitas fortalezas não conhecidas no norte do Equador”, disse outro participante da exploração, Chad Gifford.
Segundo os pesquisadores, os sinais de guerra encontrados nas fortalezas dão fundamento a um folclore local. De acordo com a estória, o líder inca, Huayna Copac, queria conquistar o povo Cayambe com seu vasto e poderoso exército. Ele achava que a vitória viria fácil, mas o conflito durou 17 anos.
“Os Cayambes fugiram para suas fortalezas quando viram que não iriam conseguir vencer os homens incas”, escreveu o missionário espanhol Bernabe Cobo, em seu livro A História do Império Inca. “O exército inca fez um cerco e bombardeou repetidamente a fortaleza dos Cayambe. Mas os homens lá dentro resistiram tão bravamente que fizeram com que os incas recuassem, pois já haviam perdido muitos homens”. Contudo, após quase duas décadas de batalha, eles conseguiram conquistar o local e matar o povo inimigo.
As fortalezas incas recém-descobertas são feitas de pedra, têm diversas plataformas e cristas de até 3 quilômetros acima do chão. Os soldados que viviam ali certamente estavam prontos para a guerra, porque foram descobertas muitas armas. Já as construções Cayambes são feitas de um material vulcânico chamado “cangahua” e são grandes. Apesar de estarem em número menor, elas são bem maiores. Em uma delas foi encontrada munição e objetos de cerâmica. De acordo com os cientistas, mais escavações devem ser realizadas para desvendar os mistérios dessas fortalezas.

10 coisas que tornam os seres humanos especiais.

Porque nós somos animais tão incomuns? De alguma forma, foram os seres humanos que acabaram “governando” o mundo que nos rodeia. Mas o que nos torna tão especial quando comparado com o resto do reino animal? Confira:
1 – Linguagem

A laringe é menor na garganta de humanos do que de chimpanzés, um dos vários recursos que permitem a fala humana. Ancestrais humanos evoluíram a laringe cerca de 350 mil anos atrás. Possuímos também um osso hioide, em forma de ferradura, abaixo da língua, o único que não está ligado a qualquer outro osso do corpo, e que nos permite articular palavras quando falamos.
2 – Postura ereta

Os seres humanos são únicos entre os primatas que andam totalmente na vertical. Isso libera nossas mãos para o uso de ferramentas. Infelizmente, as alterações feitas em nossa pelve para mover-se sobre duas pernas, em combinação com bebês com cérebros grandes, faz com que o parto humano seja excepcionalmente perigoso em comparação com o resto do reino animal. Um século atrás, o parto era uma das principais causas de morte para as mulheres. A curva lombar na parte inferior das costas, que ajuda a manter nosso equilíbrio, também nos deixa vulneráveis a dor nas costas e tensão.
3 – “Nudez”

Nós parecemos “pelados” em comparação com nossos primos macacos. Surpreendentemente, três centímetros quadrados de pele humana, em média, possuem tantos folículos produtores de pelo quanto de outros primatas, ou mais, só que temos pelos mais finos, mais curtos e mais leves.
4 – Mãos

Contrariamente aos equívocos populares, os seres humanos não são os únicos animais que possuem polegares opositores – a maioria dos primatas tem. Ao contrário do resto dos grandes macacos, nós é que não temos dedões opositores em nossos pés. O que torna os seres humanos únicos é a forma como podemos navegar nossos polegares entre a mão, até nossos dedos anular e mindinho. Nós também podemos flexionar o dedo anular e os dedos mindinhos em direção à base do nosso polegar. Isto dá aos humanos uma forte aderência e destreza excepcional para segurar e manipular ferramentas.
5 – Cérebros extraordinários

Sem dúvida, a característica humana que nos diferencia da maioria do reino animal é o nosso cérebro extraordinário. Os seres humanos não possuem os maiores cérebros do mundo – esses pertencem a baleias cachalotes. Nós nem sequer temos o maior cérebro em relação ao tamanho do corpo – muitos pássaros têm cérebros que somam mais de 8% do seu peso corporal, comparado com apenas 2,5% nos seres humanos. No entanto, o cérebro humano, pesando apenas cerca de 1,36 quilos quando totalmente crescido, nos dá a capacidade de raciocinar e pensar além das capacidades do resto do reino animal.
6 – Vestuário

Os seres humanos podem ser chamados de “macacos nus”, mas a maioria de nós usa roupas, um fato que nos torna únicos no reino animal – salvo a roupinha que fazemos para nossos Lulus e Lilis. O desenvolvimento de vestuário ainda influenciou a evolução de outras espécies, como o piolho corporal, que ao contrário de todos os outros tipos, se agarra à roupa, e não ao cabelo.
7 – Fogo

A capacidade humana de controlar o fogo trouxe uma aparência de dia para a noite, ajudando nossos antepassados a ver um mundo de outra forma escuro, e manter os predadores noturnos longe. O calor das chamas também ajudou as pessoas a ficar quente em tempo frio, o que nos permite viver em áreas mais frias. E, é claro, nos ajudou a cozinhar, o que alguns pesquisadores sugerem ter influenciado a evolução humana – alimentos cozidos são mais fáceis de mastigar e digerir, talvez contribuindo para a redução no tamanho dos dentes e intestinos humanos.
8 – Ruborizar

Os seres humanos são a única espécie conhecida que “fica vermelha”, um comportamento que Darwin chamou de “a mais peculiar e mais humana de todas as expressões”. Permanece incerto por que as pessoas ficam vermelhas, revelando involuntariamente suas emoções mais íntimas. A ideia mais comum é que ruborizar ajuda a manter as pessoas honestas, beneficiando o grupo como um todo.
9 – Infância longa

Os seres humanos permanecem sob os cuidados de seus pais por muito mais tempo do que outros primatas vivos. A pergunta é: por quê? Faria mais sentido, evolutivamente, crescer tão rápido quanto possível para ter mais filhos. A explicação pode ser o nosso cérebro grande, que presumivelmente requer um longo tempo para crescer e aprender.
10 – Vida adulta

A maioria dos animais se reproduz até morrer, mas, em seres humanos, as “fêmeas” podem sobreviver por muito tempo após a cessação de reprodução. Isso pode ser devido aos laços sociais observados em seres humanos; em famílias grandes, os avós podem ajudar a garantir o sucesso de suas famílias por muito tempo depois que eles próprios puderam ter filhos.[LiveScience]
Natasha Romanzoti tem 21 anos, é estudante de jornalismo, apaixonada por futebol (e corinthiana!) e livros de suspense,